24 de jun. de 2010

A teoria de Nibiru e a versão da NASA.

  

Entrevista realizada em junho/2009 com David Morrison-NAI Cientista Sênior

NASA desmente o fim do mundo em 2012:
Leia abaixo a Tradução do texto Publicado em seu site.


Estórias referentes ao imaginário planeta Nibiru bem como premonições sobre o dia do juízo final a ocorrer em dezembro de 2012 tem aflorado na internet. Atualmente há (junho/2009) mais de 175 livros catalogados no Amazon.com sobre o tema "Fim dos tempos em 2012".

Concepção artística de Nibiru se aproximando da Terra
Ilustração: Fábio Vieira (Valinhos-SP).

Muitos cenários de desastres tem sido sugeridos nesses textos que estão "pregando peças". A nossa seção "Pergunte ao Astrobiologista" vem recebendo milhares de perguntas acerca de Nibiru e do ano 2012, com mais de 200 respostas já postadas. Muitas das novas perguntas são similares àquelas já respondidas. Adiante está uma lista das "Vinte perguntas mais comuns", organizadas de forma lógica e respondidas em detalhes.

Em adição às minhas respostas há algumas outras boas fontes.

• Neil de Grassse Tyson postou um ótimo vídeo clip sobre o tema Nibiru-2012. Veja mais abaixo.

• Wikipedia tem diversas colocações proveitosas. Começa com a Colisão Nibiru, passando depois para a Mitologia Nibiru e Sitchin Nibiru. O informativo também é uma entrada para as profecias do fim do mundo em 2012.

1. Qual é a origem da profecia de que o mundo acabará em dezembro de 2012?

Essa estória começou com afirmações de que Nibiru, um planeta supostamente descoberto pelos Sumerianos, direciona-se rumo à Terra. Zecharia Sitchin, que escreve ficções sobre a antiga civilização mesopotamica da Suméria, afirmou em diversos livros (por exemplo O Décimo Segundo Planeta, publicado em 1976), que ele teria encontrado e traduzido documentos Sumerianos que identificam o planeta Nibiru, orbitando o Sol a cada 3600 anos.

Estas fábulas Sumerianas incluem estórias de "antigos astronautas" que visitaram a Terra procedentes de uma civilização de alienígenas chamada Anunnaki. A auto-declarada espiritualista Nancy Lieder, que afirma canalizar alienígenas, escreveu em seu website Zetatalk que os habitantes do planeta imaginário que rodeia a estrela Zeta Reticuli a preveniu de que a Terra estava em perigo devido ao Planeta X ou Nibiru.


Esta catástrofe foi inicialmente profetizada para ocorrer em maio de 2003, mas quando nada ocorreu a data do fim do mundo foi prorrogada para dezembro de 2012. Só recentemente essas duas fábulas foram relacionadas com os registros Maias relativos ao solstício de inverno de 2012 - e daí em diante profetizasse o fim do mundo para o dia 21 de dezembro de 2012.

2. Os Sumerianos foram a primeira grande civilização, e eles fizeram muitas profecias astronômicas apuradas, incluindo a existência dos planetas Urano, Netuno e Plutão. Então porquê não deveríamos acreditar nas suas profecias acerca de Nibiru?

Nibiru é um nome que dentro da astrologia babilônica é algumas vezes associado ao deus Marduk. Nibiru aparece como sendo de menor expressão na criação poética Enuma Elish conforme registros da biblioteca de Assurbanipal, rei da Assíria (668-627 a.C.).

A Suméria prosperou muito antes, aproximadamente no 23º século ao 17º Século a.C.. As afirmações sobre ser Nibiru um planeta e ser conhecido dos sumerianos são desmentidas pelos estudiosos que (diferentemente de Zecharia Sitchin) estudam e traduzem os arquivos escritos da antiga Mesopotamia.


A Suméria foi sem dúvida uma grande civilização, importante para o desenvolvimento da agricultura, gerenciamento de recursos hídricos , vida urbana, e especialmente da escrita. Entretanto, eles deixaram muito poucos registros sobre astronomia. Certamente eles nada sabiam sobre a existência de Urano, Netuno ou Plutão. Eles também não tinham conhecimento de que os planetas orbitavam o Sol, uma idéia que foi inicialmente desenvolvida na antiga Grécia, dois milênios após o fim da Suméria.
Afirmações como as que os sumerianos tinham uma astronomia sofisticada ou que até tivessem um deus chamado Nibiru, são produtos da imaginação do Sitchin.

A tradução do alfabeto cuneiforme, da Mesopotâmia, para o alfabeto atual, invenção atribuída aos fenícios.
imagem: Google images.

3. Como você pode negar a existência de Nibiru uma vez que ele foi descoberto em 1983 e o fato apareceu nos principais jornais? Naquela ocasião vocês o chamaram de Planeta X, e mais tarde esse nome foi mudado para Xena ou Eris.

O IRAS (Satélite Astronômico infra-vermelho da NASA), que realizou uma avaliação no céu por 10 meses em 1983, descobriu muitas fontes de infra-vermelho, mas nenhuma delas foi o Nibiru, ou Planeta X, ou qualquer outro objeto fora do sistema solar. Esta é uma boa discussão da Caltech a ser encontrada no spider.ipac.caltech.edu/staff/tchester/iras/no_tenth_planet_yet.html.

A proporção da distância entre os diferentes planetas do sistema solar e Éris.


Resumidamente, o IRAS catalogou 350.000 fontes de infra-vermelho, e inicialmente muitas dessas fontes não foram identificadas (o que foi o ponto, naturalmente, de fazer-se essa pesquisa). Todas essas observações tem sido acompanhadas por estudos subseqüentes com instrumentos mais poderosos tanto da terra quanto do espaço. O rumor acerca do "décimo planeta" surgiu em 1984 após ter sido divulgado um estudo científico no Astrophysical Journal Letters (jornal da literatura astrofísica) intitulado "origem de ponto de fontes não identificadas na minisurvey (mini-inspeção) do IRAS", que examinou diversas fontes de infra-vermelho "no counterparts" (sem contraparte ou equivalentes).

Esses "objetos misteriosos" foram subsequentemente encontrados como sendo galáxias distantes (exceto uma, que foi uma nebulosa do "infra-vermelho cirrus"), conforme publicado em 1987. Nenhuma fonte do IRAS jamais foi transformada em planeta. Há um bom debate acerca desse tema no website de Phil Plait, www.badastronomy.com/bad/misc/planetX/science.html//iras. A linha fundamental é que o Nibiru é um mito sem qualquer embasamento. Para um astrônomo, as afirmações que persistem sobre um planeta que está "próximo" mas que é "invisível" são simplesmente tolas.

4. Talvez devêssemos perguntar sobre o Planeta X ou Eris e não sobre Nibiru. Por quê mantem-se em segredo a órbita de Eris?

O "Planeta X" é um paradoxo quando se refere a um objeto real. O termo tem sido usado por astrônomos desde o século passado para um objeto possível ou suspeito. Ao ser descoberto o objeto, dá-se-lhe um nome real, como ocorreu com Plutão e Eris (ao lado), sendo que ambos foram em algum momento chamados de Planeta X. Se um novo objeto não se torna real, ou mesmo um planeta, então não se ouvirá falar mais dele. Se ele for real, não mais se chamará Planeta X.

Eris (ao lado) é um dos muitos dos planetas anões recentemente descobertos fora do sistema solar pelos astronomos, todos esses planetas com órbitas normais que nunca se aproximarão da Terra.
Assim como Plutão, Eris (ao lado) é menor do que a Lua. Ele está muito mais distante, e sua órbita nunca estará mais próxima do que 4 bilhões de milhas. Não há segredo a respeito de Eris, nem de sua órbita, como você pode facilmente verificar acessando o google ou procurando no Wikipedia.


5. Você nega que foi construído um Telescópio no Pólo Sul para rastrear o Nibiru? Qual outra razão haveria para eles construírem um telescópio no Pólo Sul?
Há um telescópio no Pólo Sul mas que não foi construído pela NASA e não é usado para estudar Nibiru. O telescópio do Pólo Sul teve o apoio da National Science Foundation (Fundação Nacional da Ciência).

Ele é um radio telescópio, não um instrumento ótico. Ele não pode fazer imagens ou fotografias. Você pode pesquisar isso no Wikipedia. O Antártico é um grande local para observação de ondas curtas de rádio e infra-vermelhos astronômicos, e também tem a vantagem de poder-se observar continuamente objetos sem a interferência do ciclo dia-noite.

Eu também acresceria que é impossível imaginar uma geometria em que um objeto pode ser visto somente do Pólo Sul. Mesmo se ele ocorresse no sul da Terra, poderia ser visto em todo o hemisfério sul.

6. Há muitas fotos e vídeos do Nibiru na internet. Isto não é uma prova de que ele existe?
A grande maioria das fotos e vídeos na internet são de algum filme próximo ao Sol (aparentemente para dar suporte às alegações de que Nibiru tem estado escondido atrás do Sol por muitos anos). Realmente essas imagens do Sol são falsas e são causadas por reflexos internos nas lentes, comumente chamadas de "lens flare" (rastros de luz e distorção de reflexos em volta das fontes de luz). Elas podem ser identificadas facilmente pelo fato de que aparecem diametricalmente opostas à real imagem solar, como que refletida através do centro da imagem. Isto é especialmente óbvio em vídeos onde a camera se movimenta, a falsa imagem salta por tudo exatamente oposto à imagem real.

"Lens flare" similares é um recurso de muitas fotos sobre UFO tomadas à noite com fortes fontes de luz tais como luzes dos postes na imagem. Estou surpreso pelo fato das pessoas não reconhecerem este artefato comum nas fotos. Também estou surpreso com o fato dessas fotos mostrarem algo tão grande nas proximidades como o Sol (um "segundo sol") e serem aceitas juntamente com afirmações feitas sobre algo constante dos mesmos websites de que Nibiru está muito enfraquecido para ser visto ou fotografado, exceto com grandes telescópios.

South Pole Telescope. Crédito: National Science Foundation .

Uma foto de telescópio amplamente divulgada, (vide abaixo) mostra dois aspectos de uma nebulosa gasosa em expansão muito além do sistema solar, que não está em movimento. Isto pode ser verificado pelo fato de que as estrelas são as mesmas em ambas imagens.

Um leitor desse website com olhar aguçado identificou estas fotos como um invólucro de gás ao redor da estrela V838 Mon. O Wikipedia tem um ótimo artigo e uma linda foto da mesma feita pelo Hubble. Outro estudante do "high school" (escola secundária) ficou inicialmente impressionado com as imagens postadas de uma mancha/imagem vermelha da qual disseram tratar-se do Nibiru. Então ele trabalhou em suas aulas de Photoshop como fazer esse tipo de fotos a partir de um rabisco qualquer.



Um vídeo postado no verão de 2008 no Youtube mostra um rapaz em pé em sua cozinha declarando que um dos objetos descobertos pelo telescópio raio X da NASA é Nibiru.

Qual é a sua comprovação? Que mesmo uma imagem de raio X azul liberada pela NASA, com cor adulterada, pode na realidade ser um planeta próximo com um oceano. Isso seria hilário se não fosse usado para amedrontar as pessoas.

7. Você poderia explicar o fato de que o período das 5h 53m 27s, -6 10'58'' foi apagado do Google Sky e do Telescópio Microsoft, o WWT?
As pessoas sugerem que foram suprimidos por que eram as coordenadas de localização do Nibiru no momento.

imagem by Google Sky

Muitas pessoas tem-me questionado a respeito desse retângulo vazio em Orion no Google sky, que é uma apresentação de imagens procedentes do Sloan Digital Survey. Isto não pode ser um local de encobrimento do Nibiru, por tratar-se de uma parte do céu que poderia ser visto desde praticamente qualquer lugar da Terra no inverno de 2007-2008 quando todo esse assunto sobre o Nibiru começava.

Isso contrariaria as alegações de que Nibiru estava escondido atrás do Sol ou que poderia ser visto somente a partir do hemisfério sul. Inclusive eu fiquei curioso a respeito desse retângulo apagado, e por essa razão perguntei a um amigo que é um cientista muito experiente do Google. Ele "identificou que os dados foram perdidos devido a um erro de processamento do programa de junção de imagens que usamos para revelar imagens dos satélites. A equipe assegurou-me que na próxima verificação, isto será corrigido".

8. Se o governo sabia do Nibiru, não teria mantido o assunto em segredo para evitar pânico? Não é função do governo manter a calma da população?
Os cientistas agora consideram que o próximo máximo solar seja mais tardio, talvez em 2013. Entretanto, os detalhes do ciclo solar permanecem basicamente imprevisíveis.

Você está correto ao dizer que o campo magnético da Terra nos protege criando uma larga região no espaço, chamada de magnetosphera da Terra, dentro do qual a maioria do material ejetado do Sol é capturado ou desviado, mas não há razão para esperar uma reversão da polaridade magnética a qualquer momento e tão próximo. Essas reversões magnéticas ocorrem somente uma vez a cada 400.000 anos em média.


Autor:
David Morrison - NAI Cientista Sênior ( 01 de junho de 2009-11-07).


Fontes científicas:
NASA - Rastreamento de meteoros e cometas.
Natural Impact Event Interagency Planning Exercise, 4 Dec 2008
Natural Impact After Action Report / NASA / relatório completo
Astrobiology / NASA.
Caltech
A órbita de Eris
National Science Foundation
Telescópio Microsoft, o WWT
Sloan Digital Survey
Google Sky
NASA home page

Outras fontes complementares:
Luz de Gaia.org

Colisão Nibiru
Mitologia Nibiru
Sitchin Nibiru
Badastronomy
A origem do Planeta X (Nibiru)
The Institute for Human Continuity

Destacamos:
Nibiru, na versão de Zacharia Sitchin
As imagens apagadas no Google Sky.

Editorial deste blog:

Pesquisa, tradução e edição final:
Mariangela Ghirotti.


Imagens:
imagens 1, 2 e 3: Elias Ribafs - planeta Eris
imagem 4: Wikipedia - Eris

Veja o vídeo de Phil Plait:
 em seu website Badastronomy para uma descrição detalhada da origem do Planeta X (Nibiru).



Veja os vídeos de David Morrison:

Erupção gigante do Sol é captada pela NASA.




 Foto: Nasa/Divulgação
A erupção alcançou uma altura de 804,5 mil km 

A NASA, Agência Espacial Americana, captou entre os dias 12 e 13 de abril de 2010, imagens de uma das maiores erupções solares já vistas. De acordo com a agência espacial, a erupção alcançou uma altura de 804,5 mil km e foi registrada pelas câmeras ultravioletas do observatório "Stereo", responsável por realizar o monitoramento do Sol.

De acordo com a NASA, as erupções são constantes na superfície do Sol e são causadas pela instabilidade da nuvem de plasma frio que recobre a estrela, presa por forças magnéticas.

Sonda Stereo capta imagens de erupção solar atípica

A atividade magnética pode afetar os sistemas de navegação aérea.
A Nasa tem 18 missões ativas para o estudo detalhado do Sol.

A primeira cena da ejeção de massa coronal (Fotos: NASA)     

Foto: Nasa 
'Cuspe solar' - A 2ª cena da ejeção de massa coronal (Foto: NASA)

Nas imagens captadas em 27 de janeiro pela sonda Stereo e divulgadas pela NASA, arcos de fogo surgem de uma região ativa na superfície do Sol. Os arcos são, na realidade, plasma, matéria superaquecida composta por partículas eletricamente carregadas em movimento (elétrons e íons).
 
A proeminência (ou ejeção de massa coronal) registrada pela Stereo estende-se por centenas de milhares de quilômetros na atmosfera externa do Sol, a Coroa Solar.

Os cientistas da equipe do SDO dizem que as imagens recebidas abrem caminho para novas descobertas sobre o Sol, a estrela central do sistema solar e avaliam que a forma dessa ejeção, mais estreita, e sua velocidade são atípicas.

 
Foto: AP

Ejeções de massa coronais podem causar problemas na Terra. As partículas de energia podem danificar satélites, causar problemas de comunicação e navegação em aviões, e interromper o fornecimento de energia em residências e indústrias.
 
Para entender os efeitos da atividade solar sobre a Terra, a NASA mantém 18 missões de observação da estrela. O último reforço é da SDO (Solar Dynamics Observatory). A SDO vai tirar fotos detalhadas do Sol a cada 0,75 segundos.  A cada dia, enviará à Terra 1,5 terabytes de informação.
 

A NASA divulgou novas imagens do Sol, capturadas pelo SDO, um telescópio espacial concebido para estudar a estrela.

A agência espacial refere que o dispositivo tem uma importância vital para a compreensão do Sol e quais são os seus efeitos ao nosso planeta, relata a CNN.


O que torna esta sonda única é o fato de conseguir focar o Sol na totalidade e não apenas uma seção.

Lançada em 11 de fevereiro de 2010, o SDO vai estar em funcionamento durante cinco anos, ajudando os cientistas a avaliarem o impacto do Sol na Terra.


Fontes:
G1.com
Portal Terra-notícias
IOL - diário de tecnologia.
NASA - Solar Dinamic Observatory

20 de jun. de 2010

Vulcões do Mar Profundo.

  
 "Vulcões do Mar Profundo" é uma aventura científica que o público vai mergulhar no oceano profundo para uma experiência sem precedentes nesta vasta e pouco explorada dimensão do nosso planeta.

O filme, financiado em parte pelo National Science Foundation, segue uma equipe de cientistas que mergulham para investigar as misteriosas fontes hidrotermais no dorsal meso-oceânico.

Conforme os mergulhos se desenrolam, os cientistas revelam para nós a diversidade fantástica do fundo do mar: as comunidades de organismos estranhos, seus jardins nos naufrágios, criaturas bioluminescentes e impressionantes predadores gigantes.

Assustadores 97% da biosfera da Terra está localizada aqui, nas regiões escuras do oceano, que realmente estamos começando a penetrar e explorar.
Créditos:
Stephen Low Company.